Statement artist

Devido meu interesse natural por uma variada gama de assuntos, seria natural que como artista eu não me prendesse a um único suporte, sendo assim num processo natural iniciado na poesia que logo foi estendido a musica, o cinema – mesmo que com dialogo constante com a videoarte – e outras narrativas videoasticas até enfim experimentar com mais afinco expressões de outras espécies como performance, pintura e tridimensional.

Ao que converge sempre não importando o suporte, mas priorizando o discurso que se faz como argumento necessário da expressão do artista, assim manipulo o amalgama de minhas referencias num ato de expressão poética que se materializa de acordo com necessidades de espírito ou de acaso.

O que ocorre geralmente é uma resignificação conceitual segundo uma visão que abarca o grotesco, o niilismo, a distopia e as ligações existentes e possíveis das mesmas, seja na relação trazida das representações da antiga Grécia ou de signos mais distantes como de um primeiro Buda, até os pensadores mais recentes como Nietzsche, Stirner e Cioran desaguados no dadaísmo ou nas concepções prático-teóricas de Lygia Clark e Hélio Oiticica vestindo as roupas cyberpunk de Willian Gibson e Donna Haraway.

Agora pra saber como isto se apresenta como fenômeno artístico é preciso ir de encontro com as obras entrando na proposta sem qualquer exatidão ou formalidade, antes é preciso umas gotas de ironia e total anulação de preconceito, pois o que eu vendo é um mundo sem muros onde o diálogo pode ser a construção do conhecimento pela via da destruição da moral-totem seja ela qual for.

Diego Marcell

10 de setembro de 2015